Este período, iniciado na Quarta feira de cinzas, que a Igreja nos proporciona em preparação para a Páscoa do Senhor também deve ser tomado como uma oportunidade para vivenciarmos a experiência do deserto que Cristo passou. E é neste momento onde podemos observar o grande exemplo de Jesus no sentido da renúncia a tudo aquilo que nos propicia esquecer Deus. E assim conseguirmos entrar numa maior e mais perfeita comunhão com Ele.
É importante frisar que, a renúncia ao supérfluo não deve ser encarada como um “auto flagelo” ou até mesmo um desafio as nossas capacidades. De forma alguma, pois, a Igreja, como mãe e educadora, quer nos levar a refletir sobre a importância de algumas praticas dignas de um cristão. São elas: a esmola, não uma prática mesquinha de quem dá o que sobra, mas com compaixão e solidariedade pelos excluídos e injustiçados. O jejum, renúncia alegre do desnecessário, como forma de ser solidário com aqueles que nada possuem. E a oração, oportunidade de recolhimento e comunhão com Deus. São estas as três principais obras de misericórdia evidenciadas na quaresma, que devem nos levar a verdadeira dimensão da mudança de vida que este tempo litúrgico nos proporciona.
A quaresma deve ser uma oportunidade para “morrermos para o pecado”, principalmente daqueles aos quais somos mais suscetíveis, e que nos prendem a uma condição de práticas mesquinhas e egoístas. Pois, para que possamos ressurgir para uma nova vida pela páscoa de Jesus, devemos antes abrir mão da vida mundana, como nos diz a carta de são Paulo a Timóteo: “Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos.” (2 TIM 2,11). Bem se sabe das inúmeras dificuldades que temos de abdicar de nossos comodismos e maus costumes, mas é exatamente isso que Jesus nos chama a fazer quando diz: "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.” (MT 16,24-25). Portanto os desafios de sempre lutar contra o pecado devem, não cansar, mas robustecer o espírito.
Somos todos chamados a uma conversão sincera que acarreta um esforço diário para mudança de vida, e como foi dito antes não devemos nos cansar e achar que a santidade é algo que está além do que podemos alcançar. Pelo contrário, antes, sabendo que, nada podemos fazer sozinhos, devemos sempre nos abastecer da graça de Deus, e por ela auxiliados, permanecermos fiéis, contritos e perseverantes na caminhada rumo à pátria celeste.
Que nesta quaresma, fortalecidos pela graça vivificadora de Deus, consigamos permanecer fiéis a ele, nos afastando daquilo que dEle nos afasta, e que nossa vida, seja para o mundo testemunho eficaz do Cristo que vive em nós.
“Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo.” (MT 24,13)
Kleyverson Bernardo
Catequista.
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